Coutada do Pedro – Do talento ao pragmatismo
Porém, como em tudo na vida, o equilíbrio é fundamental. No ténis também. Isto para dizer que a par destes talentos coexistiam igualmente os trabalhadores incansáveis, jogadores pragmáticos e determinados como o João Cunha e Silva ou o Bernardo Mota. Podiam não ter um ténis tão atrativo, mas eram, sem sombra de dúvida, mais fortes mentalmente.
O expoente máximo deste equilíbrio é o João Sousa. Passou aquela barreira invisível do jogador português que não consegue chegar ao topo e continua a deixar boquiabertos todos os que desconhecem as horas diárias que dedica ao treino, a força mental que precisa ter para aguentar estar “lá em cima” tanto tempo.
Quando o João tinha uns 11, 12 anos e treinava com o Luis Miguel Coutinho, no Clube de Ténis de Guimarães, fomos fazer um 10 mil dólares feminino (ganho pela italiana Alberta Brianti). Parece que o estou a ver atrás de mim, com a raquete na mão, a pedir-me para ir bater umas bolas no final dos jogos todos os dias do torneio. E fomos. Esta vontade de vencer não se treina. Ou se nasce com este espírito de campeão ou então fica-se pelas intenções e promessas.