Gastão Elias volta a vencer o Eupago Porto Open cinco anos depois
- Segundo título da época para o português de 34 anos
- Diogo Marques, Tiago Silva e Tiago Torres avançam no torneio Challenger
Gastão Elias tornou-se no primeiro português multititulado da história do Eupago Porto Open e ergueu o 18.º troféu da carreira, feito coroado com o anúncio de que vai ser pai pela primeira vez. Nas horas seguintes voltou a celebrar-se em português graças a Diogo Marques, Tiago Silva e Tiago Torres, mas já no ATP Challenger 100 que a Associação de Ténis do Porto organiza até ao próximo domingo com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis.
Com o court central do Complexo Desportivo do Monte Aventino muito bem composto apesar dos 30 graus indicados pelo termómetro, Gastão Elias (318.º ATP) resistiu ao calor para derrotar o francês Lucas Poullain (387.º) com os parciais de 7-5, 6-7(5) e 6-0 ao cabo de 3h25.
A jogar “em casa”, Elias contou com o apoio do público para resolver o puzzle frente a um adversário muito passivo, que tem como maior arma obrigar a longas trocas de bolas e passar a iniciativa para o lado oposto da rede.
“Foi um encontro de muita tensão e muito nervosismo contra um adversário que faz jogar muito porque passa muitas bolas e comete muito poucos erros. Não tem uma grande velocidade de bola, o que faz com que tenha de ser quase sempre eu a gerar potência numa bola quase morta e isso acaba por alongar muito o encontro. Senti que tinha de impor sempre o meu ritmo, porque ele joga muito no contra-ataque. Mas também precisa muito das pernas para ter sucesso”, explicou, já em conferência de imprensa, indo de encontro as dificuldades que Poullain apresentou desde a reta final do segundo set e que praticamente o afastaram da discussão no seguinte.
Campeão em Vila Real de Santo António há quatro meses, Gastão Elias conquistou o segundo título da temporada — ambos na categoria ITF M25 — e o 18.º de uma carreira que dentro de alguns meses passará a ter um novo capítulo, o de pai, contado pelo próprio, de microfone na mão, numa cerimónia de entrega de prémios que o fez “dar ainda mais do que o que tinha para poder fazer esse anúncio.”
Com um sorriso de orelha a orelha, o mais velho dos tenistas portugueses em atividade (34 anos) garantiu que está “cheio de motivação para os próximos anos” e por isso viu com bons olhos a rampa de lançamento que o Eupago Porto Open pode significar, tal como quando há cinco anos venceu aqui mesmo pela primeira vez.
De volta ao top 300 quando estes pontos forem contabilizados, o jogador da Lourinhã terá, ainda antes disso, novo desafio na cidade invicta, onde este domingo começou a quinta edição consecutiva do Eupago Porto Open como prova do calendário ATP Challenger Tour.
Convidado para o quadro principal, terá como adversário inaugural o talentoso espanhol Martín Landaluce (134.º), segundo cabeça de série.
Jaime Faria (119.º) é o cabeça de cartaz e único tenista luso em ação no quadro final já esta segunda-feira, frente ao sueco Elias Ymer (237.º). Henrique Rocha (177.º), quinto favorito, Frederico Silva (251.º), Tiago Pereira (296.º) e Pedro Araújo (460.º) completam, para já, uma comitiva nacional que ainda pode ficar maior, uma vez que nesta jornada se celebraram três vitórias em português.
Diogo Marques, Tiago Silva e Tiago Torres foram os autores desses triunfos, dois deles inéditos, e jogam na segunda-feira pelo acesso à grelha mais importante.
Marques (930.º ATP) inaugurou a contagem lusa com um dia para mais tarde recordar, pois ao bater o chinês Rigele Te (551.º) com os parciais de 7-5, 4-6 e 6-4 celebrou pela primeira vez em torneios do circuito Challenger à sétima participação. O setubalense de 25 anos vai discutir a ronda de acesso com Moez Echargui (315.º), tunisino que ficou muito perto de derrotar há quatro meses, quando desperdiçou um match point em Loulé.
As duas vitórias seguintes também tiveram pegada universitária. Tal como ele, Silva (1521.º do ranking mundial) festejou pela primeira vez a este nível e igualmente em frente aos pais, no caso com um triunfo por 6-3 e 6-4 diante o alemão Max Wiskandt (420.º) em pleno court central. O jovem de 20 anos ainda está a estudar nos Estados Unidos da América (vai para o último ano e da University of the Pacific passará para a Universidade de Berkeley) e para regressar no final do verão com o primeiro quadro principal Challenger “no bolso” precisará de surpreender o cabeça de cartaz desta fase de qualificação, o italiano Giulio Zeppieri (290.º).
O leque de vencedores ficou completo com o recém-licenciado Torres (1254.º), que fez jus ao ditado e, à terceira participação, superou pela terceira vez o encontro de estreia num Challenger. Depois de o fazer por duas vezes em Oeiras (2021 em terra batida outdoor, 2025 em piso rápido indoor), celebrou no Porto com uma reviravolta frente ao francês Robin Bertrand (330.º), terceiro cabeça de série, carimbada com os parciais de 1-6, 6-3 e 6-3 a darem-lhe a melhor vitória de uma carreira na qual passará a apostar a tempo inteiro dentro de duas semanas, quando acabar as aulas das cadeiras que lhe faltam concluir à distância na University of Texas at San Antonio.
Luca Potenza (517.º) será o adversário de domingo. O italiano foi responsável por uma das quatro derrotas portuguesas deste primeiro dia ao vencer Hugo Maia por 6-4 e 6-0.
Nos restantes embates, o portuense Francisco Rocha (681.º) ainda chegou a liderar por 6-4 e 4-2, mas viu o francês Mae Malige (538.º) triunfar com os parciais de 4-6, 7-5 e 6-3 e os estreantes Vasco Prata e Tomás Pinho cederam para adversários dentro do top 500. Prata deu boa réplica a Henry Searle (415.º) antes de perder por 7-6(6) e 6-2 com o britânico que há poucas semanas disputou o quadro principal de Wimbledon; Pinho aproveitou a oportunidade de última hora aberta pela desistência do lesionado João Domingues, ainda com problemas no punho direito, mas não reuniu argumentos para contrariar o australiano Marc Polmans (434.º) e cedeu por 6-1 e 6-1.
Gabinete de Imprensa do Eupago Porto Open
Gaspar Ribeiro Lança
Steve Grácio
Fotografias: Pedro Loureiro/Eupago Porto Open
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