Matilde Jorge apadrinha regresso de provas WTA ao Porto com vitória na primeira ronda
Analu Freitas, Lena Couto e Francisca Laúndes eliminadas na estreia
Matilde Jorge assinou a primeira vitória portuguesa no Eupago Porto Open e apurou-se para a segunda ronda do quadro principal de singulares do WTA 125 que a Associação de Ténis do Porto organiza, com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis, até 20 de julho no Complexo Desportivo do Monte Aventino.
A número dois nacional (257.ª da tabela mundial) superou a francesa Carole Monnet (197.ª) por 6-3 e 6-4, triunfo que marcou o primeiro sucesso luso do regresso de competições WTA à cidade do Porto 23 anos depois de, em 2002, se ter realizado o segundo e derradeiro torneio, na altura uma prova do circuito principal.
A vitória deu-se ao cabo de 1h59 e podia ter sido mais simples, já que Matilde Jorge apenas converteu cinco de 14 break points – no segundo parcial, com break à maior, a portuguesa de 21 anos não concretizou um jogo com oito chances para praticamente sentenciar o encontro e depois disso precisou de anular três oportunidades, nos últimos dois jogos, para evitar a recuperação da campeã do Del Monte Lisboa Belém Open de 2022 e finalista de outros três torneios nacionais, o último na Figueira da Foz em 2023.
Matilde Jorge contornou alguns problemas no segundo serviço (nove duplas faltas) e, apesar de ceder o serviço logo no jogo inaugural, mostrou a superioridade do início ao fim de um duelo no qual Monnet pareceu não estar no pleno das capacidades físicas. Talvez por isso a gaulesa tenha subido dezenas de vezes à rede, levando a mais nova das irmãs Jorge a contra-atacar para anular a ênfase atacante da adversária.
Estas duas semanas serão decisivas para Matilde Jorge no que ao US Open diz respeito, sendo que para conseguir estrear-se em torneios do Grand Slam ainda este ano a jovem vimaranense precisa de subir sensivelmente três dezenas de lugares no ranking. Por ter consciência de tudo isso, explicou, no final do primeiro embate, que a preocupação é “desfrutar de estar em campo e conseguir competir em vez de pensar em resultados ou ter grandes expetativas.”
“Sei que isso não me ajuda, mas é normal [pensar] porque somos humanos. É inevitável e é claro que penso nisso, tanto que na semana passada se calhar foi por isso que não correu tão bem. Tenho de aceitar e tentar perceber o que é que controlo para lá chegar, porque não controlo nem o passado nem o futuro”, acrescentou já com 15 pontos somados dos cerca de 40 necessários.
Xinyu Gao será a adversária na segunda ronda, marcada para quarta-feira. A chinesa confirmou o estatuto de quinta cabeça de série fruto do 164.º posto no ranking ao superar a francesa Tessah Andrianjafitrimo (194.ª), finalista desta prova há um ano (como ITF W75), com os parciais de 6-1 e 6-2.
Antes, já esta terça-feira, irão a jogo as duas portuguesas que ainda não se estrearam neste Eupago Porto Open: a irmã mais velha, Francisca Jorge (240.ª), com encontro marcado frente à checa Tereza Valentova (129.ª) às 13 horas, e Angelina Voloshchuk (836.ª), que logo a seguir terá pela frente a ex-top 40 Heather Watson (atual 141.ª).
Isto porque nesta jornada caíram três das quatro convidadas da organização: Analu Freitas (1212.ª WTA), Lena Couto (1400.ª) e Francisca Laúndes (1407.ª).
Freitas foi quem garantiu a maior oposição ao amealhar dois breaks antes de ver a australiana Lizette Cabrera (217.ª) triunfar com os parciais de 6-2 e 6-1. Para as duas últimas, ambas naturais do Porto, esta foi mesmo a estreia em provas da égide WTA. Couto perdeu por 6-1 e 6-0 com a russa Alina Charaeva (176.ª), resultado inverso à derrota de Laúndes, a atual campeã nacional de sub 18, frente à alemã Mona Barthel (196.ª, antiga 23.ª).
Gabinete de Imprensa do Eupago Porto Open
Gaspar Ribeiro Lança
Steve Grácio
Fotografias: Pedro Loureiro/Eupago Porto Open