Moro Cañas trava Jaime Faria e discute o título do Eupago Porto Open com Holmgren

Moro Cañas trava Jaime Faria e discute o título do Eupago Porto Open com Holmgren

Tenista português desistiu em plena meia-final devido a problemas físicos

Sander Arends e Luke Johnson conquistam título de pares

Jaime Faria não resistiu às dificuldades físicas e desistiu nas meias-finais do Eupago Porto Open, que no domingo terá o espanhol Alejandro Moro Cañas e o dinamarquês August Holmgren como protagonistas da final de singulares. Nos pares, Sander Arends e Luke Johnson coroaram uma semana inédita com a conquista do título.

Esta é a quarta edição do Eupago Porto Open no ATP Challenger Tour, segunda na categoria 125 — que faz deste o torneio mais importante do ano a acontecer no Norte do país. A organização está a cargo da Associação de Ténis do Porto com os apoios da Federação Portuguesa de Ténis e da Câmara Municipal do Porto.

Logo pela manhã, Jaime Faria (169.º classificado no ranking ATP) não conseguiu lutar de igual para igual com Alejandro Moro Cañas (168.º) e desistiu quando o espanhol já liderava por 6-3 e 4-1.

O número três nacional esteve fisicamente limitado ao longo de toda a semana e este sábado sentiu dificuldades em respirar, condição que tornou mais difícil resistir a um adversário fresco, sólido e que em momentos cruciais (o break ao sexto jogo do primeiro set que o embalou para a vitória e em especial o jogo de serviço que segurou para fazer o 3-1 no segundo) não abalou.

“Ontem disse que queria recuperar bem e até consegui descansar, mas hoje o que me custou mais foi a dificuldade em respirar. Estou com muita expetoração e quando começo a fazer alguma atividade física fico com dificuldades em respirar, por isso apesar de me sentir com mais energia do que nos dias anteriores foi mais difícil libertar tudo”, admitiu Faria na derradeira conferência de imprensa da semana.

No entanto, o jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis atribuiu mérito ao adversário, que o obrigou “a jogar todos os pontos no serviço, mesmo quando servi um bocadinho melhor” para o impedir de ter “tempo para respirar e ganhar alguns pontos de borla.”

Jaime Faria disputou pela terceira vez na carreira umas meias-finais Challenger (todas este ano e sempre em Portugal, mas primeiras em piso rápido) e procurava a segunda presença em decisões, feito que Alejandro Moro Cañas alcançou.

Para o português seguem-se uns dias de repouso antes de começar a preparar a participação no qualifying do US Open, já para o espanhol a final deste domingo, às 11h, será a oportunidade de conquistar o segundo e mais importante título no circuito secundário, três meses e meio depois de ter ganho um Challenger 75 em Roma, Itália.

Na análise ao encontro, o tenista de Madrid contou que não tinha conhecimento das diifculdades físicas do adversário, mostrou-se aliviado por ter tido um embate relativamente curto “depois de várias batalhas durante a semana” e disse sentir-se “como um gato com sete vidas” desde que, no dia anterior, salvou três match points e deu a volta contra o lituano Edas Butvilas.

A situação é semelhante à de August Holmgren, que este sábado anulou um match point e deu a volta a Mikhail Kukushkin (134.º) para vencer o ex-top 40 por 6-7(6), 7-5 e 7-6(5) em 3h10.

Licenciado em teatro pela universidade de San Diego, o dinamarquês de 26 anos anulou uma desvantagem de 2-5 com match point na última partida e superou cazaque, 13 anos mais velho e número 39 mundial em 2019, num encontro que podia ter resolvido mais cedo, pois liderou a primeira partida por 5-2.

Muito objetivo nas análises aos encontros, Holmgren admitiu que não ficou satisfeito com a forma como deixou escapar a primeira partida, mas focou-se no que preparou antes do encontro para manter a concentração: “Sabia que se conseguisse responder bem ao serviço estaria sempre na luta pelo ponto e mesmo nos encontros equilibrados acabas quase sempre por ter alguma oportunidade, por isso esperei pelo meu momento e felizmente consegui dar a volta. Estou muito feliz por estar na final, mas a forma como tento abordar as semanas é pensada para que não entre demasiado em êxtase e não fique demasiado desiludido se perder.”

Holmgren venceu a primeira final Challenger que jogou, há duas semanas, no torneio de Pozoblanco (categoria 50) e oito dias antes conquistou um ITF M25 em Nottingham, pelo que no Porto joga a terceira — e de longe mais importante — final das últimas quatro semanas.

Marcada para as 11 horas, a final de domingo marcará a segunda vez em que Alejandro Moro Cañas e August Holmgren partilham o court. A anterior também aconteceu em Portugal e já este ano, no Indoor Oeiras Open II, logo na segunda semana da temporada, com o espanhol a levar a melhor em duas partidas (6-3 e 7-5) num encontro da segunda ronda.

O vencedor será o terceiro campeão do Eupago Porto Open desde que o torneio passou a integrar o circuito Challenger, pois o turco Altug Celikbilek venceu as duas primeiras edições (2021 e 2022) e a ele juntou-se Luca Nardi (2023) numa final que também contou com a presença de João Sousa.

Ainda este sábado foram coroados os primeiros campeões. Na variante de pares, Sander Arends e Luke Johnson trocaram a oposição pela parceria e, lado a lado pela primeira vez, só pararam com os troféus de campeões nas mãos.

O neerlandês e o britânico agarraram-se ao estatuto de primeiros cabeças de série e ao cabo de apenas 59 minutos derrotaram Joshua Paris (Grã-Bretanha) eRamkumar Ramanathan (Índia) por 6-3 e 6-2 para conquistarem o título graças a uma campanha em que não cederam qualquer set e só por uma vez cederam um jogo de serviço — quando serviram para a vitória nesta final.

Quer Johnson, quer Arends venceram o quinto título do ano, todos no circuito Challenger, mas os anteriores com parceiros diferentes. O britânico, de 30 anos, celebrou a conquista do 30.º título de pares da carreira e 10.º no circuito secundário, já o neerlandês, dois anos mais velho, arrecadou o 40.º e 28.º a este nível.

 

Gabinete de Imprensa do Eupago Porto Open Challenger 125

Gaspar Ribeiro Lança

Steve Grácio

Fotografias: Lourenço Rodrigues/Pedro Loureiro/Murilo Augusto

 

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Eupago Porto Open  é a prova internacional de ténis da cidade do Porto, inscrita nos circuitos profissionais ITF World Tennis Tour e ATP Challenger Tour,  organizada pela Associação de Ténis do Porto e realizada no Complexo Desportivo Monte Aventino, em parceria com a Federação Portuguesa de Ténis, e com o especial apoio da Ágora - Cultura e Desporto do Porto.
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