Um Porto obrigatório na rota para o sucesso
Organizar um torneio profissional de ténis com a presença de 63 tenistas portugueses era algo impensável em Portugal até há poucos anos. Mas foi o que aconteceu no último Porto Open, torneio que desde o século passado se afirmou como um marco do calendário tenístico no nosso país, sempre com o objectivo de ajudar os jogadores lusos a lançarem-se no difícil circuito profissional.
Este ano, os eventos masculino e feminino realizaram-se em simultâneo – à boa maneira dos torneios do Grand Slam e ficamos por aqui em termos de comparação. Assim, foi possível ver em acção no histórico Clube de Ténis do Porto 43 homens e 20 senhoras a competirem nos quadros de qualificação e principal.
Não sei se será um número recorde ou não para um torneio profissional em Portugal. O que eu sei é que não havia melhor forma de encerrar a época de torneios profissionais em Portugal do que ver esta enorme armada portuguesa a tentar a sua sorte no circuito profissional.
Quero pensar que este largo contingente é consequência dos bons resultados que João Sousa e Gastão Elias – e Pedro Sousa e outros – têm conseguido ao mais alto nível. Além do mais que óbvio excelente trabalho que continua a ser feito ao nível dos clubes e academias.
Porque são os bons resultados de poucos que fazem com que muitos acreditem em alcançar o sonho de se tornarem profissionais. E acreditar é fundamental. E mesmo para os que não consigam alcançar como atletas, estas experiências serão imprescindíveis para uma eventual opção pela carreira de treinador, que exige igualmente empenho e ambição.
Esperemos que a maioria veja neste sucesso que foi o Porto Open a confirmação de que o ténis continua a crescer e que é a segunda modalidade mais popular em Portugal. É verdade que não tenho números em que me apoiar, mas estou convicto que, além do futebol, não há desporto que reúna todas estas condições: grande número de jogadores de bom nível internacional; mediatismo (muito graças aos torneios realizados por todo o mundo que nos chegam através da comunicação social); dispersão pelo território nacional, não devendo haver cidade que não tenha um clube de ténis; além do número elevado de praticantes que não está filiado na federação, mas estão na primeira linha da categoria “adeptos” e que, um dia, gostaria de ver apurado, pois continuo convencido que é o indicador que melhor poderá demonstrar a grandeza da modalidade em Portugal.